A Arquidiocese de Manaus tem mais um bispo auxiliar, Mons. Zenildo Lima da Silva, até o momento reitor do Seminário São José de Manaus. Nesta quarta-feira, 27 de setembro, foi dado a conhecer sua nomeação pelo Papa Francisco, que responde ao pedido do cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Manaus.
Por Luis Misguel Modino
Pouco depois de ser conhecida a nomeação, foi celebrada uma Eucaristia de Ação de Graças no Seminário São José com a presença do cardeal; o bispo auxiliar, dom Tadeu Canavarros; dom Adolfo Zon, bispo da diocese de Alto Solimões; dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira; representantes do clero, da Vida Religiosa e os seminaristas.
Em coletiva de imprensa, foi informado que ele receberá a ordenação episcopal no dia 15 de novembro, na clausura do Congresso Missionário Nacional, que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro. O cardeal Steiner, depois de ler a carta de nomeação assinada por dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no Brasil, manifestou sua alegria pela nomeação, dizendo ser uma “alegria maior por ele ser de Manaus, alegria pelo fato dele ser de nossa Região Amazônica”.
O arcebispo de Manaus insistiu em que “conhece a região, conhece a Igreja, conhece a caminhada da Igreja da Amazônia, participou de tantos encontros, coordenou tantos encontros”, citando sua participação na organização da Assembleia Sinodal Arquidiocesana, realizada nos últimos anos, mostrando sua gratidão ao Papa Francisco, uma gratidão que o cardeal também vê na Arquidiocese.
Uma nomeação que o bispo auxiliar eleito interpreta “a partir do lugar e do tempo que a gente vive”, dizendo unir às razões subjetivas O que diz respeito a uma responsabilidade que é confiada à pessoa, mas também tem aquelas percepções a partir da realidade de Igreja que nós vivemos”. Mons. Zenildo Lima disse viver o momento “a partir da misericórdia de Deus, que é bom, que nos elege, que nos escolhe”, mas também como “um ato de confiança da Igreja e um ato de confiança do cardeal Leonardo Steiner”.
Mas também ele disse ver em sua nomeação “um ato de maturidade da Igreja de Manaus, da Igreja da Amazônia”, afirmando que “a nomeação para o ministério episcopal de presbíteros da nossa região é uma realidade que ainda parece nova para nós, mas já começa a dar os seus sinais, e é um indicativo que a Igreja está amadurecendo, é um indicativo que a história da evangelização tem seus frutos”, destacando a presença na região de “uma postura de Igreja que assume a vida dos povos desta região”.
Uma nomeação que “lança o olhar para frente, compromisso de evangelização, compromisso do anúncio do Evangelho, compromisso com o Reino de Deus, compromisso de cuidado com a casa comum, ele é cada vez mais nosso, e da Igreja em seus ministérios, é dos homens e mulheres de boa vontade no cuidado daquilo que é de todos, e é também de todos aqueles que nos ajudam para que esta mensagem do Evangelho, esta mensagem de cuidado com a vida chegue a todos os homens e mulheres”, destacou Mons. Zenildo Lima.
O bispo auxiliar eleito disse receber a nomeação “sempre com um receio respeitoso, reconhecendo a responsabilidade desse serviço, reconhecendo a seriedade, a importância do papel da Igreja nesse momento histórico que nós vivemos”. Na hora de aceitar o pedido do Papa disse ter pesado muito “o fato de ser um serviço para nossa Igreja de Manaus”, relatando brevemente sua relação histórica com a Igreja de Manaus, insistindo que “a gente não diz não para um pedido do Papa e menos ainda quando se trata de servir à Igreja local”.
Falando dos desafios, ele reconheceu a grande pluralidade atual, afirmando que “a Igreja, ela tem que encontrar sempre o modo de como se fazer presente, consciente que é portadora de uma Boa Notícia, nesses tempos de bastante diversidade, de bastante pluralidade, do ponto de vista do pensamento, das concepções de valores, da diversidade cultural e também do pluralismo religioso”, destacando a importância do caminho de sinodalidade que a Igreja tem feito, trazendo a capacidade de diálogo e comunhão da Igreja. Com relação à Igreja de Manaus ressaltou sua capilaridade, reconhecimento e seu papel na evangelização e no cuidado da vida dos mais fragilizados.
Mons. Zenildo destacou a força da juventude na Igreja, dizendo que a Arquidiocese de Manaus quer realizar um Sínodo arquidiocesano para escutar a juventude, para um diálogo em torno à dinâmica vocacional, insistindo na inquietação que a juventude traz para a vida da Igreja, que deve ser compreendida, interpretada pela Igreja para apresentar de um modo a proposta sempre atual do Evangelho.
Sobre seu papel como bispo auxiliar lembrou o que afirma o Direito Canônico, sendo um colaborador do titular, do arcebispo, no governo da Arquidiocese. Ele lembrou a articulação em regiões episcopais da Arquidiocese de Manaus, que são acompanhadas pelos bispos auxiliares, algo que também fazem com algumas pastorais. Igualmente destacou a comunhão que existe entre o arcebispo e os bispos auxiliares em Manaus, como “pessoas que são chamadas a presidir o cuidado pastoral na Igreja local”.
Uma nomeação que é um gesto do Papa, um resultado do Sínodo da Amazônia, um gesto de caminhada da Igreja, segundo o bispo auxiliar eleito, que destacou na Igreja “sua capacidade para prover os serviços para seu povo, e os ministérios na Igreja existem como serviço para o povo”.
Fonte: CNBB Regional Norte 1