REPAM, CEAMA, PUAM, Rede AUSJAL, ACQUAS e Universidade da Água estão unindo forças para tornar visíveis e apresentar as propostas das pessoas e comunidades vulneráveis da Amazônia em relação ao acesso à água limpa para toda a humanidade.
Por Comunicação REPAM
A Conferência das Nações Unidas sobre Água 2023 acontece de 22 a 24 de março em Nova Iorque para acelerar a mudança necessária para resolver a crise da água e do saneamento no mundo. Segundo o site oficial da ONU, “a Conferência será uma oportunidade única para buscar soluções para a atual crise da água e do saneamento”.
Nesta ocasião, “os governos e todas as partes interessadas se unirão neste evento para assumir compromissos voluntários para acelerar o progresso no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (água limpa e saneamento) e outras metas internacionalmente acordadas relacionadas à água”. A iniciativa visa que estes compromissos formem a chamada “Agenda de Ação da Água, um plano rápido e transformador no qual sua ação individual também possa ser refletida”.
A Amazônia em defesa da água
Há alguns anos, o Vaticano vem realizando um intenso trabalho de reflexão e mobilização internacional sobre o acesso à água, com a presença de lideranças dos territórios mais ameaçados dos cinco continentes, incluindo a Amazônia.
Unidos nesta causa, a delegação amazônica participará da Conferência da ONU sobre a Água com representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e do Programa Universitário da Amazônia (PUAM), em aliança com a Rede AUSJAL (uma rede de 30 universidades confiadas à Companhia de Jesus na América Latina), o Instituto da Água e Saneamento (mais conhecido como Universidade da Água, na Argentina) e ACQUAS (Programa Internacional da Água do Instituto para o Diálogo Global e a Cultura do Encontro).
Um dos objetivos é tornar visíveis as propostas de pessoas e comunidades da Amazônia que são vulneráveis com relação ao acesso à água limpa apresentadas às Nações Unidas em 2021 e que fazem parte do Relatório do Relator das Nações Unidas para Água Limpa sobre Povos Indígenas e Água. Algumas dessas propostas estão incluídas no 2º Relatório sobre Violações de Direitos Humanos da REPAM, apresentado às Nações Unidas em novembro de 2022, em Genebra.
A Amazônia na Conferência da Água
No âmbito do Dia Internacional da Água, cujo tema para este ano é “Água para todos: não deixar ninguém para trás”, a Amazônia participará de vários espaços na Conferência:
No dia 23 de março às 12h30 (horário de Nova Iorque), será realizado um evento paralelo sobre o tema “Água e esperança: experiências e desafios para a promoção do desenvolvimento sustentável e o cuidado da casa comum”, organizado pela FUTRASAFODE em parceria com várias instituições, incluindo CEAMA e PUAM. Entre os participantes estará o Cardeal Pedro Barreto, Presidente do CEAMA. Uma mensagem especial do Papa Francisco será compartilhada durante o evento.
Também no dia 23 de março às 14h00, a indígena Rosita Silvano Cuscchinchinari, defensora e líder do povo Yine e estudante da 3ª Escola de Direitos Humanos da REPAM 2022, apresentará o caso da bacia do rio Las Piedras, em Madre de Dios, Peru. Ela participa do Side Event oficial da Conferência, organizado pelo Mining Workin Group – MWG, com o tema: “Impactos das indústrias extrativas sobre a água e o meio ambiente: proteção e responsabilidade através de uma estrutura de direitos humanos”.
Na manhã do dia 24 de março, às 8h30, a REPAM também participará da Conferência com a presença de Carol Jeri, jurista da Caritas Madre de Dios, que acompanha o caso da Bacia do Rio das Piedras (Peru). Carol foi aluna da 2ª Escola de Direitos Humanos da REPAM e co-facilitadora do Módulo de Incidência da 3ª Escola, realizado em julho passado em Manaus. Este evento paralelo é coordenado por Pax Christi International, Catholic Nonviolence Initiative e Proclade Internazionale Onlus: “Água e desenvolvimento integral das comunidades: desafios e propostas”.
Incidência Internacional
No âmbito da Conferência da ONU sobre Água. 2023, as delegações da REPAM, CEAMA e PUAM participarão de outros espaços internacionais relevantes de incidência política, tais como reuniões com relatores especiais da ONU para os direitos dos povos indígenas e para água limpa e saneamento; reunião com a Santa Sé nas Nações Unidas; reuniões com comunidades cristãs; reunião com a OEA (Organização dos Estados Americanos), área dos povos indígenas; jornada de trabalho com o Mining Working Group, que reúne congregações católicas membros do ECOSOC da ONU, com o qual a REPAM tem trabalhado em aliança desde 2014.
Fonte: REPAM