
Em um marco significativo do Dia Internacional da Mulher, mais de 350 mulheres de diversas origens e realidades se reuniram em Abaetetuba, Pará, para o V Seminário “Mulheres e Meninas: Direitos, Igualdade, Empoderamento para Todas as Mulheres e Meninas”.
Por Vanessa Xisto – REPAM
O evento, que contou com a presença de representantes da Cáritas Brasileira Regional Norte II, Cáritas Paroquial Rainha da Paz e Cáritas Diocesana de Abaetetuba e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), teve como objetivo fortalecer a sororidade e a construção social coletiva entre mulheres indígenas, camponesas, quilombolas, ribeirinhas, urbanas e rurais.
Diante das opressões que enfrentam, as participantes emitiram uma poderosa declaração, reafirmando seu papel como agentes de mudança e defesa de seus direitos, territórios e da natureza. “Estamos na linha de frente da luta contra a desigualdade e as investidas dos extrativismos que ameaçam nossas vidas e comunidades”, afirmaram as mulheres em seu manifesto.
O seminário abordou as múltiplas formas de violência estrutural que as mulheres enfrentam diariamente, destacando a crise climática e sua relação com a segurança alimentar e a saúde das comunidades. As participantes também ressaltaram a importância do reconhecimento de suas vozes e lideranças, exigindo espaços livres de violência e a implementação de políticas públicas que respeitem seus saberes ancestrais.
Em um tom de determinação, a declaração chamou a atenção para a necessidade de promover a participação ativa das mulheres em espaços de decisão política. “Queremos voz, mas também queremos voto”, enfatizaram, destacando que suas demandas devem ser normatizadas e executadas por autoridades competentes.
A declaração também denunciou a perseguição, criminalização e violência que as defensoras dos direitos humanos enfrentam. “Estamos em risco como mulheres e defensoras, e não podemos silenciar diante de abusos e violações”, afirmaram.
Por fim, as mulheres propuseram fortalecer suas redes de articulação e resistência, enfatizando que o empoderamento é uma chama que não se apagará. “Nem uma a menos, nem umas mais caladas! NOSSAS CHAMAS, NOSSAS LUTAS: NÃO SE APAGAM, NEM SE CALAM!”, concluiu o manifesto, ecoando o compromisso de lutar por justiça e igualdade para todas.

Este seminário se configura não apenas como um espaço de celebração, mas como um ponto de partida para novas mobilizações e ações concretas em defesa dos direitos das mulheres na Pan-Amazônia. A voz das mulheres ressoou forte e clara em Abaetetuba, reafirmando seu papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.