Homens e mulheres em uma mesa redonda para discernir, à luz do Espírito Santo, por meio da escuta e do diálogo, os caminhos para uma Igreja mais sinodal, uma Igreja de comunhão, participação e missão, a Igreja com a qual Francisco sonha para o século XXI.
Por Luis Miguel Modino
Todos nós sabemos o que significa sentar-se ao redor de uma mesa redonda, onde ninguém está à frente, onde não há lugar de destaque, onde todos e todas, as mulheres podem falar e decidir neste Sínodo, ter sua vez e sua voz respeitada.
É impressionante ver a Sala Paulo VI repleta dessas mesas redondas, expressão de uma Igreja mais circular e menos piramidal, uma Igreja que responde melhor ao paradigma de comunidade que nos é apresentado nos Atos dos Apóstolos. O desafio é que isso seja levado aos muitos lugares da Igreja universal de onde vieram os 464 homens e mulheres presentes na sala sinodal. Mas, apesar das dificuldades, é algo que valerá a pena, porque ajudará a reconstruir a Igreja, esse pedido que Francisco de Assis recebeu um dia e que Francisco de Roma recebeu há pouco mais de 10 anos.
O Papa tem tomado medidas ao longo de seu pontificado para criar essa Igreja que hoje está representada na Aula Paulo VI. Se há uma coisa em que ele é mestre, é em como ele mede os tempos, e não há dúvida de que este é o tempo certo, o tempo da Salvação, o tempo de Deus para tornar o Evangelho carne neste momento da história.
Na medida em que se permitir que o Espírito Santo seja o verdadeiro, o grande protagonista deste Sínodo, serão dados passos fundamentais e irreversíveis neste modo de ser Igreja, tão antigo e tão novo. Não desviemos o foco, que ninguém queira assumir um protagonismo que não lhe pertence, é o tempo do Espírito de Deus, que quer soprar, à sua maneira, para continuar construindo, como vem fazendo desde o dia de Pentecostes, há quase 2.000 anos.
Aqueles discípulos entenderam suas línguas e as levaram até os confins da terra. Ajudemos esses homens e mulheres sentados ao redor das mesas redondas a discernir, por meio da oração, da escuta e do diálogo, o caminho a seguir que a Igreja precisa tanto encontrar hoje. Este é o tempo do Sínodo, de caminharmos juntos, não deixemos que ninguém tente colocar obstáculos em nosso caminho, empurremos juntos para que possamos ir mais longe, movidos pelos sentimentos que nascem de Deus e que nos fazem descobrir a vida em sua plenitude.
Fonte: CNBB Regional Norte 1