A oficina “Reconhecendo saberes e tecendo redes na Pan-Amazônia”, organizado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) através do Núcleo Justiça Socioambiental e Bom Viver (JSABV), reúne de 3 a 5 de dezembro onze iniciativas territoriais comprometidas com a conservação da Amazônia, o fortalecimento e a promoção de economias para a vida.
Por: Annie Gabriela Peña
Com o objetivo de fomentar o intercâmbio de conhecimentos e aprofundar as experiências territoriais em prol do bioma amazônico e de seus povos, iniciou a oficina “Reconhecendo saberes e tecendo redes na Pan-Amazônia”. Este encontro, organizado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), através do Núcleo Justiça Socioambiental e Bom Viver (JSABV) e com o apoio da Cáritas Madre de Dios, Cáritas Pando e pela Rede Itinerante Amazônica, está sendo realizado na Estância Bello Horizonte, em Puerto Maldonado, Peru, de 3 a 5 de dezembro.
Durante esta oficina, representantes de onze iniciativas do Peru, Brasil e Bolívia compartilharão suas experiências, aprendizados e estratégias para enfrentar os desafios socioambientais em seus territórios, relacionados a temas como soberania alimentar, planejamento territorial, direitos da natureza e justiça climática. Além disso, refletirão sobre práticas sustentáveis, soluções adaptativas e como fortalecer suas capacidades coletivas para promover o Bom Viver na Amazônia.
Os participantes se dedicam a atividades vinculadas à conservação ambiental e ao manejo sustentável dos recursos naturais em seus territórios. Entre seus objetivos, destacam-se o fortalecimento de sistemas agroflorestais, a promoção de práticas agroecológicas, a regeneração de ecossistemas, a gestão de áreas produtivas e a promoção de fontes de renda por meio de economias para a vida. Cada uma dessas propostas busca articular a proteção do ambiente com o bem-estar das comunidades locais.
Fortalecendo redes na Pan-Amazônia
O programa de atividades começou com uma mística de boas-vindas e a apresentação da Rede Eclesial Pan-Amazônica e do projeto do Núcleo JSABV. Posteriormente, os participantes trabalharam em uma cartografia social para identificar as principais problemáticas territoriais, como o desmatamento, a poluição da água e os conflitos pelo acesso ao território. Essas atividades buscaram conectar as ações locais com uma narrativa comum que potencialize seu impacto na região.
Conectando saberes e territórios
Um dos objetivos principais do encontro é avançar no desenvolvimento de um sistema de informação que permita mapear e conectar as experiências territoriais. Com uma abordagem participativa e dinâmica, busca-se que os integrantes das iniciativas possam compartilhar, a partir de suas próprias narrativas, os avanços e resultados de seus projetos. Esse processo facilitará o feedback contínuo e o aprendizado compartilhado, fortalecendo sua adaptabilidade e o reconhecimento dessas práticas.
O sistema de informação incluirá a criação de uma plataforma virtual que reunirá dados sobre as iniciativas e seus resultados, com o objetivo de facilitar a colaboração entre atores locais e regionais, além da criação de alianças estratégicas. Esta ferramenta contribuirá para visibilizar as iniciativas por através de georreferenciamento das mesmas e da criação de um mapa interativo que detalhará a localização, seus processos, além de uma biblioteca multimídia de cada experiência territorial.
Esta oficina marca o início de um processo mais amplo que busca consolidar uma Comunidade de Aprendizagem para a Justiça Socioambiental e o Bom Viver, promovendo alianças estratégicas e fortalecendo as capacidades dos atores locais. Os próximos dias serão dedicados a caracterizar as experiências territoriais, gerar propostas e alianças colaborativas que impulsionem ações em prol do cuidado e preservação do bioma amazônico e de seus povos.