A irmã Maria Carmelita de Lima Conceição, religiosa salesiana, acaba de assumir como vice-presidente da REPAM, onde até agora atuava como Conselheira da Presidência.
Por Vanessa Xisto/REPAM
A religiosa salesiana destaca o reconhecimento da liderança das mulheres nos vários campos da evangelização da sociedade e na Igreja, como uma forma de buscar coerência com a identidade da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, que é uma rede que se coloca ao lado de tantas outras redes que estão voltadas para a evangelização da Amazônia e na defesa da vida.
Nova presidência
A nova presidência da Rede Eclesial Pan-Amazônia está composta por Dom Rafael Cob, bispo do Vicariato de Puyo, Equador, como presidente. Dentro da nova configuração da Presidência, os três vice-presidentes são a religiosa brasileira Carmelita da Conceição, a indígena peruana Yesica Patiachi e Dom David Martínez de Aguirre, bispo do Vicariato de Puerto Maldonado, Peru. A solenidade de posse foi realizada de modo virtual no dia 04 de agosto de 2022.
Junto a nova composição da Presidência a irmã Carmelita afirma que “buscamos construir uma Igreja com rosto amazônico superar fronteiras, uma forma de concretizarmos o valor de cada presença, na representatividade dos povos originários, a vida consagrada e o testemunho de pastor de Dom Rafael Cob e Dom Davi Martinez, ambos com vasta experiência desde as origens da REPAM”.
Ainda relembra a passagem de Dom Cláudio na Presidência da REPAM, agradecendo o seu testemunho. “Quero manifestar meu agradecimento a Deus pelo testemunho de dom Claudio, sua vida lançada em solo amazônico – recordo sua presença quando esteve aqui em Manaus, de pés descalços sentindo o calor desta terra onde depositou as sementes da Rede Eclesial Pan-Amazônica”.
Presença feminina
Papa Francisco têm frisado, em seu pontificado, a necessidade de as mulheres ocuparem cargos na Igreja. Como mulher e religiosa comenta a importância da presença das mulheres na Igreja, uma vez que sempre foi muito significativo e forte a liderança dessas mulheres como coordenadoras, “diaconisas” e entre tantas outras funções que uma mulher pode ocupar.
“Creio que não só na Amazônia, mas no mundo inteiro há uma grande dívida com a presença feminina quando ela é considerada inferior em relação à presença masculina. Esse desencontro, essa diferença, essa segregação, esse preconceito marcam nossa sociedade. Apesar de alguns avanços, temos ainda muito a compreender e a vivenciar, iniciando nas relações familiares, na educação, e no espaço eclesial”.
E complementa falando que “na Amazônia, ainda falta reconhecer a presença das mulheres como líderes de comunidade”. Destaca que “essa é uma realidade muito, muito frequente, em que as mulheres assumem a liderança das comunidades, muitas vezes como coordenação, como representação jurídica e enfrentamento de tantas situações difíceis pela capacidade de diálogo, de ajustar, de levar em consideração diferentes aspectos da situação”.
Sobre a fala e orientações que vem dando o Papa Francisco “poderemos dar muitos passos na valorização da contribuição feminina em todos os setores; homens e mulheres foram feitos complementares e é importante valorizarmos as diferenças e a complementariedade. Que o nosso Deus Pai e mãe continue inspirando e sustentando as pessoas de se colocam a serviço da vida”.